A 11ª edição da Convenção de Contabilidade do Distrito Federal, realizada pelo CRCDF na sexta-feira (06/10) reuniu mais de 350 pessoas no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). Com o objetivo de apoiar a capacitação técnica e o desenvolvimento profissional dos contabilistas, por meio da exposição dos desafios e avanços no novo contexto mundial, o evento teve a participação de renomados palestrantes. Divididas em cinco fóruns temáticos (Setor público, 3º Setor, Perícia, Auditoria e Empresas Contábeis) as palestras desta edição tiveram temas atuais e relevantes para o exercício profissional. A abertura foi conduzida pelo presidente do CRCDF, Adriano Marrocos, e teve a mesa composta por representantes da classe, o presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC) – Juarez Domingues Carneiro, o vice-presidente de Registro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) – Marco Aurélio Cunha de Almeida, a diretora de ensino e pesquisa da Academia de Ciências Contábeis do Distrito Federal (ACiCon-DF) – Diana Vaz de Lima, o subsecretário de Receita da Secretaria de Fazenda – Roberto de Andrade Müller, o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (SESCON-DF) – Alzemar Rego de Souza, e o vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCDF e coordenador operacional do evento, José Luiz Marques Barreto.
O presidente do CRCDF, Adriano Marrocos, comemorou o sucesso do evento. “Diversos participantes elogiaram a organização, a estrutura e a programação. Estamos muito felizes em ter contribuído nesse processo de aproximar os colegas. A importância do nosso papel para o mercado deve ser alvo de reconhecimento nosso, porque já é do reconhecimento de terceiros, então nós temos que valorizar o nosso trabalho. Nós não temos que esperar que as pessoas digam que nosso trabalho é importante, não devemos ter dúvidas disso”, argumentou o presidente. “É importante olhar para a frente porque as mudanças estão chegando, o mercado é diferente e quem não se reposicionar, quem não buscar alternativas, vai enfrentar dificuldades”, declarou.
Esta foi a primeira edição que premiou trabalhos dos alunos dos cursos de Ciências Contábeis. A vencedora nesta edição foi a estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, Thais Mota Crabbi, que apresentou o trabalho cujo tema foi “Uma análise comparativa da capacidade cognitiva de julgamento entre profissionais de mercado e estudantes de graduação com relação ao nível de excesso de confiança”.
A coordenação e seleção dos trabalhos ficaram por conta da Academia de Ciências Contábeis do Distrito Federal. A diretora de Ensino e Pesquisa da ACiCon-DF, Diana Lima, comemorou o sucesso do evento e a aproximação com os estudantes. “Foi muito bacana ter a participação de várias Instituições de Ensino Superior aqui do Distrito Federal. A expectativa é que nas próximas convenções a gente receba ainda mais trabalhos. A relação entre os estudantes deve ser cada vez mais próxima e a Academia tem um papel fundamental nessa aproximação das instituições de ensino com o Conselho”, afirmou. “Premiar os melhores trabalhos e ter a academia participando do evento combina e equilibra o lado profissional com o cientifico que é o que nós procuramos em uma convenção”, lembrou o presidente Adriano Marrocos.
A diversidade de temas discutidos no evento foi elogiada pelo representante do CFC. “É muito importante porque temos hoje profissionais que atuam em diversas áreas e algumas, como o terceiro setor, carecem muito de atenção, assim como os demais temas. Quanto mais ampla a programação, mais conhecimento os profissionais vão levar deste evento”, destacou o vice-presidente de Registro do CFC, Marco Aurélio Cunha de Almeida. A importância da capacitação também foi lembrada pelo subsecretário de Receita da Secretaria de Fazenda, Roberto de Andrade Müller. “As normas mudam constantemente então a capacitação é importante para que os profissionais se mantenham atualizados em relação às normas, e em relação às técnicas contábeis”, declarou. Já para o vice-presidente do SESCON, Alzemar Rêgo, a contabilidade é bem diversificada em termos de profissão e conhecimento. “Eu acredito que esse leque grande de conhecimentos vai enriquecer, além da categoria, o aspecto pessoal, o aspecto profissional e das empresas. Ganha a sociedade como um todo em um ambiente desses”, afirmou se referindo À programação do evento.
“Uma categoria forte e representativa como é a contabilidade, dotada de profissionais em número expressivo, necessita, para um melhor atendimento à sua clientela e à sociedade como um todo, estar permanentemente aprimorada, capacitada e qualificada para o exercício profissional. Cada um que vem até um evento como este tem condições de replicar, de multiplicar esse conhecimento”, lembrou o presidente da FBC, Juarez Carneiro. A necessidade de atualização também foi ressaltada na fala do vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCDF e coordenador operacional do evento, José Luiz Marques Barreto. “Os contadores do setor público e do setor privado passam neste momento por um tsunami em relação à modernização, em relação à legislação, e a procedimentos. Aquele trabalho que fazíamos há dez anos deixou de existir. O nosso trabalho hoje é prospectivo, estamos ao lado do gestor, ao lado de quem toma a decisão e obviamente temos que dar as informações fidedignas, seguras, para que essa tomada de decisão seja sinalizada de uma forma correta e coerente”, avaliou o vice-presidente.
Medalha mérito contábil
Na oportunidade o CRCDF homenageou, entregando a medalha de Mérito Contábil Professor Luiz Enéas ao contador Gilvan da Silva Dantas. A honraria, estabelecida pela resolução CRCDF nº 164, condecora contadores e técnicos em contabilidade pelo desempenho de suas atividades, demonstrando dedicação e zelo pela profissão contábil. “Estou extremamente contente e agradecido à contabilidade e a toda a classe”, declarou emocionado o contador Gilvan Dantas.
Veja o que disseram os palestrantes do evento:
Antônio Carlos d’Ávila Junior
Tema: Habilidades e Competências do Contador Público na Prevenção e Combate à Corrupção – Fórum Setor Público
“Minha ideia foi trazer alguns casos reais, informações sobre o que aconteceu principalmente na economia e na contabilidade nos últimos tempos, tudo isso têm conceitos contábeis como pano de fundo. É fundamental que o contador entenda todos esses conceitos e possa levar adiante. Um dos temas citados como habilidade é o desenvolvimento e produção de conhecimento. Não há como mudar o mundo se você não se desenvolve e não há como falar em prevenção e combate à corrupção se você não mudar aquilo que pensa e faz no dia a dia”.
José Dutra Vieira Sobrinho
Tema: Capitalização de Juros e Anatocismo – Fórum Perícia
“Eu acho que esse encontro é de grande importância e discute assuntos de extrema relevância. E esse assunto da capitalização de juros interessa demais aos contadores de um modo geral. Então o CRCDF está de parabéns por proporcionar um encontro como esses para discutir esses temas que estão propostos”.
Ladmir Carvalho
Tema: O Sucesso Depende de Resolver Problemas ou Capturar Oportunidades – Fórum Empresários Contábeis
“A classe contábil sempre esteve acostumada a mudanças que exigem aperfeiçoamento continuo na área técnica, mas o que está acontecendo hoje é que a mudança está no modelo de negócio. O contador não tem só que se aprimorar tecnicamente na contabilidade, no debito e crédito, ele tem que se aprimorar no modelo de negócio. O relacionamento com o cliente está mudando e a tecnologia está permitindo coisas que antes eram impossíveis. Então é muito importante que todo mundo entenda e participe de congressos, não só para estudar a parte técnica, mas também a área de negócios”.
Dra. Luciana Asper
Tema: Lei Anticorrupção, Lavagem de Dinheiro e Controle Social – Fórum 3º Setor
“A gente tem um ambiente que não é nada favorável aos negócios, então, combatendo a corrupção a gente vai conseguir fazer com que os sistemas funcionem de forma mais eficiente e gerar uma confiabilidade melhor no mercado brasileiro. A participação dos contabilistas acontece por meio do incentivo aos clientes a trabalharem com prevenção à corrupção e atividades de controle. Temos que imunizar a nossa sociedade em relação às posturas corruptas, para que essas pessoas honestas venham a fazer parte do sistema do estado e de quem se relaciona com o sistema. E quem se relaciona com o sistema são as empresas, que são os clientes dos contabilistas. Então o que a gente entende é que a sociedade tem que entrar fortemente numa formação de valores éticos dos seus colaboradores dentro da empresa para que eles estejam abastecidos de valores firmes e não venham transigir com as oportunidades de corrupção que venham a surgir. Quando uma pessoa rompe o elo de corrupção, a corrupção perde a força.”
Dr. José Eduardo Sabo
Tema: Lei Anticorrupção, Lavagem de Dinheiro e Controle Social – Fórum 3º Setor
“Hoje a contabilidade faz com que todos os contabilistas estejam ligados, antenados com o que temos de legislação, o que temos de procedimentos, evitando os deslizes, evitando a má administração de recursos, evitando a corrupção. Nós temos hoje um excelente instrumental, no entanto o que precisamos é que efetivamente seja disseminada essa prática de acompanhamento de gestão de todas as entidades, tanto públicas como privadas. E esse é o papel principal de um contabilista, acompanhar com transparência e com responsabilidade todos os atos de gestão e de execução dos administradores de recursos.”
Flávio Machado
Tema: Compliance e Integridade Corporativa – Fórum Auditoria
“O Brasil está inserido dentro de um arcabouço de regras, que estão cada vez mais alinhadas com as regras internacionais, e que trazem necessidade para as empresas de cumprirem normas de governança, de integridade, relacionadas ao combate a lavagem de dinheiro e atos de corrupção. As empresas cada vez mais precisam fazer seus programas internos de prevenção e de compliance, ou seja, o programa de cumprimento dessas regras. Então quando vem o tema ‘comliance e integridade corporativa’ estamos falando do que as organizações, do que as empresas precisam fazer e praticar, e é aí que entram os profissionais de contabilidade e de auditoria. Os contadores precisam conhecer esses programas e precisam praticar e entender essa responsabilidade.”
Dra. Ester Lima
Tema: Reforma Trabalhista e Previdênciária – Fórum Geral
“O contador é o canal da empresa com as normas que vão ser adequadas na relação trabalhista. Quando a empresa tem dúvida, o primeiro profissional que ela procura é o contador. Ele é quem dá as orientações, diz o que aconteceu. Nós vamos ter na reforma trabalhista a necessidade de fazer parametrização de folha de pagamento, porque algumas verbas que antes eram parte integrante do salário deixam de ser. Então o contador precisa explicar para as empresas o que deixou de ser salario, o que é prêmio, como deve ser pago o vale alimentação, entre outros aspectos. Esse profissional é muito importante nesse processo, nessa nova relação de trabalho. E ele precisa estar realmente acompanhando as mudanças e foi esse o objetivo da palestra.”
Alessandro Saade
Tema: Psicologia Positiva ou Empreendedorismo / Marketing Digital – Pessoal
“O Marketing hoje permeia muito mais do que simplesmente a publicidade. O marketing está diretamente ligado ao relacionamento, à construção de novos modelos de negócio e esse é, na verdade, o grande desafio do contador. Ele precisa se reestruturar, pensar e agir diferente. O conhecimento das leis, das datas, dos prazos, não é mais o grande diferencial dele. Isso a gente acha hoje em dia na internet. A gente precisa de contadores que tenham competência para entender o que se adequa melhor para cada um de seus clientes. Mas para que o cliente saiba disso ele precisa de uma estratégia de marketing que vai despertar o interesse do cliente para pensar e construir uma relação de longo prazo. A primeira grande dica é que educação é o novo marketing. Quanto mais você conseguir passar a informação para os seus clientes, mais próximo dele você vai ficar, mais visibilidade a sua empresa vai ter. O segundo é, existe um monte de gente fazendo um monte de coisa, você não pode fazer de tudo. Então o contador precisa ter um posicionamento claro, uma imagem definida do que ele é melhor, da principal competência dele. Esses dois pontos juntos farão com que ele se destaque no mercado.”
